quarta-feira, 29 de setembro de 2010
"Hoje, depois de tantos anos, abri os olhos e notei que não gosto da forma como vivemos. Dói na alma saber que existem guerras, fome, pobreza, doenças, morte. Esvazia meu coração saber que esquecemos de onde viemos; que estamos matando uns aos outros, mesmo sendo irmãos; que uns têm demais e outros não têm nada; que uns dariam tudo por um minuto a mais de vida e outros se suicidam; que uns se queixam de coisas estúpidas enquanto outros estão quase morrendo, mas com um sorriso. Hoje o mundo me fez pensar por que atualmente contam mais as cirurgias estéticas; por que a socidedade nos impõe estereótipos do que asseguram ser "a beleza"; nos vendem revistas, massagens, cortes de cabelo e sala de cirurgia; porque de repende decidimos mudar tudo. É muito triste como o ser humano se deixa levar pelas coisas físicas, pelas aparências, pelo superficial, e deixa de lado o mais importante. E sabe o que me perguntei hoje ? Por que não há comprimido, nem cremes, nem massagens para ser uma pessoa melhor, para saber perdoar ? Porque não existe uma lipoaspiração para tirar o rancor, o orgulho e a dor que existe no mundo todo ? Por que não existe um implante de consciência, de compaixão, de perdão ? Por que não existe uma cirurgia para trocar tanta infidelidade, tanta libertinagem, tanta confusão, por amor ? Realmente a tristeza me invadiu ao abrir os olhos e ver em que se transformou nosso mundo. É tão fácil julgar e tão difícil reconhecer nossos erros! É tão fácil criticar e falar dos outros e tão difícil aceitar e amar a nós mesmos. Isso é triste, mas afinal temos de lutar por nossos sonhos sem ligar para o que digam de nós. Eu sei que você tem uma missão e uma vida diferentes da minha; eu sei que você, como eu, quer amor, paz, que preencher esse vazio que ás vezes faz com que deixemos de lutar; sei que você quer que o mundo volte a ter sentido!"
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Linhas Cruzadas - Tati Bernardi
E agora que eu tenho certeza que você não é ‘aquele’, eu me descubro cagando um monte pra tudo isso. Porque você não é perfeito, mas o cara dos meus sonhos não tem o desenho da sua boca: com mais tinta do que contorno. O homem perfeito é um puta de um chato com seus cds cults e cartazes de filmes europeus pela sala. Você com aquele seu vinil incansável do Bob Marley é muito divertido, porque a gente briga até não agüentar mais por causa dele e depois faz as pazes transando do nosso jeito. Porque o homem perfeito é cheio de estripulias sexuais, mas eu detesto estripulias e adoro nosso jeito intenso de se amar cheio de inconformismos com a intensidade. Eu sonhei sim com esse cara, que me levaria tomar sopas quentinhas em lugares com jazz e olharia para mim a noite toda achando que maior diversão no mundo não poderia haver. Mas você com essa sua mania de encher de amigos as pizzarias e soltar um ou outro “irado” me faz te odiar tanto e querer tanto a sua atenção. E me faz querer tanto você daqui a pouco, porque você não enjoa. Você me cansa demais mas não enjoa. E quando você me cansa eu enfio a minha cabeça no fortinho do seu peito, eu que sempre odiei os malhados, e peço a Deus para que eu nunca desista de te odiar tanto assim, porque não pode existir ódio mais cheio de borboletas, notas musicais e passarinhos azuis. Eu quero sim te matar, porque você tem uma mania surda de responder todas as minhas perguntas com um “ãhhh?” enjoado, e eu quero te socar porque você já descobriu tudo o que me irrita e gosta de me ver assim. Mas quando qualquer outra coisa no mundo me irrita, eu lembro que eu tenho você pra me fazer sentir essa raiva nossa de sitcom inteligente. E sua cara de sonso despretensioso para a vida, enquanto eu coleciono rugas, berros e inchaços. A sua cara de que “não é comigo” vai muito bem com a minha máscara da agressividade que acredita que tudo é comigo. E o homem perfeito tem um beijo profundo e ritmado, que de tão melado e encaixável me deixa saciada de um jeito que encerra o meu desejo. E você tem um jeito caótico de me beijar meio burro, porque se eu vou para um lado, você vai para o mesmo. E é nesta única hora em que você não deveria concordar comigo, que você concorda. E eu nunca me dou por satisfeita, e acabo achando que a gente ainda nem deu o nosso primeiro beijo, o que me causa uma ansiedade de paixão inicial que não deixa o peito relaxar. E o homem das minhas ilusões me deixaria relaxar numa enorme cama amorosa, e acordaria inúmeras vezes para me ver dormir abraçada a toda a certeza que ele me daria com apenas um segundo de olhar. É cansativo viver sem vírgulas porque eu respiro a sua existência 24 horas por dia, e só coloco vírgulas teatrais para você não enjoar de mim. Te amar não é fácil, é quase o anti-amor. É muito quase como se você nem existisse, porque só o homem perfeito mereceria tanto sentimento. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana. E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda. E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.
"Mas a lição que eu aprendi no sábado é que não vale a pena consertar um carro pela décima vez. É mais fácil comprar um novo e fim de papo. Afinal, eu bem que tentei consertar meu relacionamento com todas essas pessoas e só ganhei mais e mais poses e menos e menos verdades. Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado."
Passou o dia pensativa juntando coragem na saliva até encorpar a voz. Aproveitou o ápice da sua agonia e, num impulso, disse tudo numa sensação só:
“A partir de hoje, decidi gostar de outro”.
No início ele riu da ousadia, mas o silêncio que ela fez em seguida preencheu de sinceridade aquela novidade.
“Você ficou maluca, de onde tirou isso?”
“ É que você nunca gostou de mim no grosso mesmo do sentimento...”
“ Mas ninguém decide que vai gostar de outro de repente e, simplesmente, começa a gostar!”
“ Ah, mas eu decidi... Ele vai realizar um sonho que tenho comigo: ele disse que vai gostar de mim bem do jeitinho que eu gosto de você. A diferença é que eu sei merecer essas coisas...”
(Marla de Queiroz)
sábado, 18 de setembro de 2010
Você toca esses meus olhos cansados e traça minha face linha por linha, e de alguma forma envelhecer parece bom... Eu ouço com atenção por não ser tão esperto,
você embala seus pensamentos em obras de arte e elas estão presas nas paredes do meu coração. Eu posso não ter o toque mais suave, posso não dizer as palavras mais suaves e embora eu possa não parecer muito, Eu sou seu. E embora por fora eu possa ser rude e nunca ache que eu seja o suficiente pode não parecer muito, mas eu sou seu. Você estancou essas cicatrizes com o tempo, envolveu minha alma, você amou minha mente. Você é o único anjo em minha vida .
você embala seus pensamentos em obras de arte e elas estão presas nas paredes do meu coração. Eu posso não ter o toque mais suave, posso não dizer as palavras mais suaves e embora eu possa não parecer muito, Eu sou seu. E embora por fora eu possa ser rude e nunca ache que eu seja o suficiente pode não parecer muito, mas eu sou seu. Você estancou essas cicatrizes com o tempo, envolveu minha alma, você amou minha mente. Você é o único anjo em minha vida .
Não chore, não ligue, não volte, não ouse me amar.
Uma coisa é você respirar. outra completamente diferente é você tomar a decisão de colocar ar pra dentro dos pulmões segundo sim, segundo não. Sim, é instintivo, é um reflexo, mas por inúmeras vezes já me flagrei cogitando privar meu sangue desse oxigênio que, aos poucos, escasseia, mas ainda me cerca em abundância. É que, em tudo que eu faço, existe uma intenção - por vezes inconsciente - de fazer com que tudo, pelo menos, pareça ter saído conforme planejado. Finjo ter previsto tudo que hoje me acontece quando, na verdade, mal sei onde meus pés me levarão no próximo passo. São cinco horas da manhã e meus pulmões precisam de mais ar do que eu posso dar a eles. Respiro rápido, quase ofegante, logo, sem tempo de pensar. Os dias são cada vez mais curtos e muitas coisas têm acontecido de forma tão rápida e intensa que muitas coisas têm me escapado aos olhos. Quando as vejo, já são pegadas, rastros, ou pequenas silhuetas difusas no horizonte eu deixei pra trás. Sou pego de surpresa pela sensação de caminhar sobre a mais fina camada de gelo, combinada pela paranóia de processar, de arquivar e documentar tudo a que tenho sido acometido. Algo me diz, lá no fundo, que absolutamente tudo pelo que tenho passado é e vai ser muito importante. Muito importante. Enfim, é bom sentir medo. Estranho é estar inseguro. É bom não saber o que acontece amanhã. Ruim é não ter o que fazer hoje. Passa pra mim que eu jogo na lateral esquerda. Corro o mais rápido que posso, sem jamais olhar pro lado. Chegando na ponta da área, eu não cruzo. Meto uma bica rumo à meta. Quase sempre pra fora. O centro-avante reclama do meu individualismo. Eu sempre amarro minhas chuteiras como se me preparasse para o jogo da minha vida. O juiz autoriza a saída de bola, e hoje é dia de gol. Abri os olhos, e, daqui pra frente, vou respirar sempre o mais fundo que eu puder.
Uma coisa é você respirar. outra completamente diferente é você tomar a decisão de colocar ar pra dentro dos pulmões segundo sim, segundo não. Sim, é instintivo, é um reflexo, mas por inúmeras vezes já me flagrei cogitando privar meu sangue desse oxigênio que, aos poucos, escasseia, mas ainda me cerca em abundância. É que, em tudo que eu faço, existe uma intenção - por vezes inconsciente - de fazer com que tudo, pelo menos, pareça ter saído conforme planejado. Finjo ter previsto tudo que hoje me acontece quando, na verdade, mal sei onde meus pés me levarão no próximo passo. São cinco horas da manhã e meus pulmões precisam de mais ar do que eu posso dar a eles. Respiro rápido, quase ofegante, logo, sem tempo de pensar. Os dias são cada vez mais curtos e muitas coisas têm acontecido de forma tão rápida e intensa que muitas coisas têm me escapado aos olhos. Quando as vejo, já são pegadas, rastros, ou pequenas silhuetas difusas no horizonte eu deixei pra trás. Sou pego de surpresa pela sensação de caminhar sobre a mais fina camada de gelo, combinada pela paranóia de processar, de arquivar e documentar tudo a que tenho sido acometido. Algo me diz, lá no fundo, que absolutamente tudo pelo que tenho passado é e vai ser muito importante. Muito importante. Enfim, é bom sentir medo. Estranho é estar inseguro. É bom não saber o que acontece amanhã. Ruim é não ter o que fazer hoje. Passa pra mim que eu jogo na lateral esquerda. Corro o mais rápido que posso, sem jamais olhar pro lado. Chegando na ponta da área, eu não cruzo. Meto uma bica rumo à meta. Quase sempre pra fora. O centro-avante reclama do meu individualismo. Eu sempre amarro minhas chuteiras como se me preparasse para o jogo da minha vida. O juiz autoriza a saída de bola, e hoje é dia de gol. Abri os olhos, e, daqui pra frente, vou respirar sempre o mais fundo que eu puder.
domingo, 12 de setembro de 2010
Sentir... aparentemente simples. Os que sentem se deparam com a maior das dúvidas: entender o que se está sentindo. Gostar de uma pessoa nos leva a sentir coisas boas, a termos pensamentos sujos, egoístas, a sermos ridículos, infantis e tolos. Não há motivos para pensar no ''porque'' das coisas, é tempo de sentir. Sentir o cheiro que te invade quando está perto da pessoa que gosta, sentir a respiração se alterando, o seu coração disparando dentro do peito, sorrir sozinho quando ouve aquela voz. Gostar faz querer toda a atenção e o tempo do outro, querer estar no pensamento, e saber quais são os pensamentos quando eles não são você. É ter aquele ciume bobo, e aquela saudade que parece nunca cessar. Alguns se dão muito bem, e com muitas coisas em comum, outros não tão sincronizados, opostos por natureza, o que não quer dizer que se gostem menos, as vezes se gostam mais, e a implicância é só uma das coisas que os mantêm juntos. A questão é que não devemos pensar demais no quanto gostamos de alguém, devemos apenas gostar hoje, sem se preocupar por quanto tempo vai durar, sem tentar adivinhar pra onde seus sentimentos podem lhe levar ou se eles irão além da próxima semana. Sem medos, sem deixar que atrapalhem, sentimentos assim são frágeis, e a gente torce pra que ultrapassem firmes as barreiras de pedra que surgem, e se permanecem juntos... bem, é porque ambos apostaram nisso e acertaram. Não guarde mágoas de sentimentos antigos, principalmente quando eles te privam de sentir um novo. Passe a pensar menos, pra que consiga sentir mais .
Gee Oliveira
Gee Oliveira
sábado, 11 de setembro de 2010
O mundo em si não tem sentido, sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se a cada momento. Arte e artifício, exercício e invenção no espelho posto a nossa frente ao nascermos. Algumas visões serão miragens: ilhas de algas flutuantes que nos farão afundar. Outras pendem em galhos altos demais para a nossa tímida esperança. Outras ainda brilham, mas a gente não percebe ou não acredita. A vida não está aí apenas para ser suportada ou vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada.
Não é preciso realizar nada de espetacular. Mas que o mínimo seja o máximo que a gente conseguiu fazer consigo mesmo.
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